Sarah era uma mulher iluminada da Nova Era. Percebeu como aceitar a responsabilidade da sua vida e, para tal, tinha que encontrar a razão para estar no planeta. Sarah, portanto, perguntou aos seus guias como procurar o "seu lugar ao sol" (o lugar onde sentia que tinha que estar), e lhe deram uma boa informação.
Compreendeu os processos e dispôs-se a co-criar o que sabia ser a sua paixão, a sua razão de vida.
Sarah desejava ser parte da rede ecológica do planeta - ajudar a melhorar a Terra e todos os que nela habitavam. Assim, através de uma janela de oportunidade que se abriu de repente (coincidência?), teve a oportunidade de fazer exatamente isto. Esta "oportunidade" surgiu em forma de emprego, numa companhia que trabalhava com sistemas ecológicos sofisticados, um assunto que lhe interessava muito e que lhe fazia sentir que podia fazer algo diferente para muitas outras pessoas. Devido ao seu novo emprego, tinha que atravessar a cidade, todos os dias, para ir trabalhar num confortável escritório, onde tinha possibilidade de cumprir o objetivo da sua vida.
- Esta é a razão pela qual estou aqui. - reconhecia - Sinto-me realmente apaixonada pelo meu trabalho!
Sentia-se alegre e em paz. Quando começou a trabalhar, tudo estava ótimo, exceto uma coisa. É que, ao encarnar para vir a este planeta, Sarah veio com medo de locais fechados e pequenos. Para chegar ao seu trabalho tinha que tomar o metrô duas vezes por dia. Era uma experiência que a paralisava. Cada manhã, ao entrar no metrô, sentia-se fundir, lentamente, com o seu próprio medo. Ficava ansiosa, agarrada ao poste, com a mão suada e o coração batendo violentamente, durante os vinte e cinco minutos que durava o trajeto até ao seu maravilhoso emprego.
Passado um mês, Sarah falou com os seus guias e, penosamente, admitiu:
- Isto assim não pode ser. Tenho que arranjar outro trabalho.
Os seus guias lhe perguntaram:
- Então, como isto é possível? Não co-criou exatamente a situação que pediu? Isto não é uma vitória?
- Não posso continuar neste emprego devido ao meu medo aos locais pequenos e fechados – respondeu Sarah. - Fico com o dia todo estragado! Tomar o metrô, todos dias, duas vezes por dia... ir e vir…
- Sarah... e que tal se eliminássemos o medo, ao invés do trabalho? - sugeriram os guias.
- Hum... não sei - duvidou Sarah. - Há trinta e cinco anos tenho medo dos locais pequenos. Este emprego... só tenho a um mês...
Como vêem, Sarah estava comodamente instalada no seu medo. Era como um velho sapato, um velho amigo, algo que lhe era familiar, que sempre estava ali. E, tal como um velho sapato, pode ser feio e estar todo deformado, mas era usado há tanto tempo que passou a ser a última coisa que sentia ser possível de mudar.
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