sábado, 26 de abril de 2008

A ovelha negra



Era uma vez uma ovelhinha diferente das suas irmãs de rebanho:
era negra. Por isso, era desprezada e sofria todo tipo de maus tratos.


As outras lhe davam mordidas, patadas;
procuravam colocá-la em último lugar no rebanho.


Quando estavam num prado pastando, o rebanho inteiro tentava
não deixar que a ovelhinha negra provasse uma ervazinha sequer.


Dessa forma, sua existência era horrível.

Farta de tanto desprezo, a ovelhinha negra afastou-se do rebanho.

Durante muito tempo vagou sem rumo pelo bosque.

Quando anoiteceu, exausta, a ovelhinha deitou-se,
sem perceber, em um monte de farinha, onde dormiu.


Ao raiar o dia, acordou e viu, cheia de surpresa, que se havia
transformado em uma ovelha muito branca, imaculada.


Voltou então ao seu rebanho, onde foi muito bem recebida
e proclamada rainha, pela sua bela aparência.


Naquela ocasião, estava sendo anunciada a visita do príncipe
dos cordeiros, que vinha em busca de uma esposa.


O príncipe foi recebido no rebanho com grandes honras.
Enquanto ele observava as ovelhas que formavam o rebanho,
desabou uma violenta tempestade.


A chuva dissolveu a farinha que cobria o pêlo negro
de nossa ovelhinha, e ela recuperou sua cor natural.


Quando a viu, o príncipe resolveu que seria a escolhida.
As outras ovelhas perguntaram por quê.


- É diferente das outras. E isso, para mim, é suficiente.

Assim, a ovelhinha negra tornou-se princesa e teve,
finalmente, o destino justo que merecia.

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